SANTA CASA DA
MISERICÓRDIA DE ALHOS VEDROS
Síntese histórica
Sociedade e população:
Séculos XV-XVI.
Alhos Vedros, na viragem de quinhentos era uma vila que
rondava o meio milhar de habitantes. Número que só foi ultrapassado em pleno
século XVI, e, ainda assim, devido ao aumento desmesurado da escravatura.
A vila era sede de um concelho, equivalente aos actuais
concelhos do Barreiro e da Moita, mas a sua população pouco ultrapassava o
milhar.
Embora sem poder precisar, em termos estatísticos esta
população, a documentação parece revelar que seria constituída em reduzida
percentagem por uma pequena e média nobreza que ocupa os cargos mais relevantes
da administração, por uma classe clerical também em reduzido número que
administrava as diversas capelas e a vida religiosa e uma maioria de pessoas
vulgarmente definidas como povo, cujas principais actividades seriam a
agricultura e as que estavam ligadas ao rio, pescas, salinas e transportes.
Era um pequeno concelho, rico pela sua posição geográfica e a
vila mantinha alguma preponderância porque aí se localizavam os centros de
decisão política e administrativa. Aqui estava instalada a câmara, a prisão e o
pelourinho, tal como os funcionários administrativos, como o notário e o juiz.
A assistência praticada devia-se à iniciativa de alguns
particulares, que movidos por sentimentos de piedade cristã, instituíam
Capelas, dotando-as de rendas, na sua opinião suficientes para a realização das
actividades a que se propunham.
Logo em 1480 temos conhecimento de instituições deste género.
Em 1494 o Provedor das capelas, hospitais, gafarias e albergarias, entre o Tejo
e o Guadiana, ordena ao Administrador da vila de Alhos Vedros, que registe os
bens e propriedades dessas capelas, sediadas no concelho, para serem bem geridas e não se perderem.
Solidariedade social:
séculos XV-XVI.
Hospital da ermida de
Nª Sª da Vitória.
No final do século XV, sabemos existirem em Alhos Vedros dois
hospitais. Um vem referido no Compromisso da capela de S. Sebastião e ermida de
Nª Sª da Vitória, ordenado em 1480 por Pero Vicente e sua mulher Catarina
Lopes. Os fundadores doavam, junto à ermida, uma casa para o Capelão morar.
Após a morte de ambos, a administração da capela e da ermida ficaria a cargo do
Juiz de Fora e do Vereador mais velho. A primeira tomada de posse dessa
administração, após ambos os instituidores terem falecido, ocorreu em 1490, e
nela é afirmado que depois de ter feito o compromisso, Catarina Lopes decidiu
que nas casas que havia designado para morada de Capelão, fosse fundado um
hospital.
No intuito de respeitar a memória dos fundadores, a sua
herdeira, Isabel Gramaxa, resolveu ofertar as casas que havia herdado de Pero
Vicente e Catarina Lopes, para morada do Capelão. Esta casa, parte ao levante com rua pública direita
principal e da outra parte com azinhaga que vai entre ela e o lagar e adega que
foi do dito Pero Vicente e da outra com quintal de …
Será por isso que o padre Cláudio Nogueira afirma nas
Informações Paroquiais de 1758 que a
Misericórdia antigamente era na ermida de Nª Sª da Vitória. Os documentos
que pude consultar não o confirmam de forma nenhuma. Inclusivamente tenho
sérias dúvidas que este hospital tenha alguma vez funcionado. No próprio
Compromisso, anotações posteriores revelam que este não era cumprido, nem mesmo
a obrigação de missas pela alma dos seus instituidores. A população não é
considerada na apresentação de contas, embora o instituidor, no Compromisso,
solicite a presença dos homens bons de
Alhos Vedros porque também participam nas missas.
Hospital do Espírito
Santo
Na Visitação feita em 1523, por ordem do Mestre da Ordem de
Santiago, afirma o Visitador; visitámos o
dito hospital do Santo Espírito que está situado no adro da igreja de S.
Lourenço… e apegado com a dita igreja do hospital estão duas casinhas uma em
que se agasalha o ermitão e a outra em que se agasalham os pobres… Depois
esclarece; a qual capela do dito hospital
refez de novo Isabel Ribeira mulher de João Roiz Mealheiro que o corregeo e fez
per sua devoção à sua própria custa e despesa…
Embora sem precisar a data da sua construção, podemos deduzir
que terá sido nos finais do século XV, porque foi nessa época que morreu João
Roiz Mealheiro, conforme indica a lápide da sua sepultura na igreja de S.
Lourenço.
Mudança de localização
do hospital
Na Visitação feita em 1553, trinta anos depois, o visitador
registou a sua visita ao hospital do Espírito Santo, situado no meio da vila que o povo edificou e a Câmara é administrador.
Tem o hospital uma casa sobradada quadrada perlongada ao levante bem tratada
que é a ermida do Espírito Santo. Uma casa por baixo do hospital em que estão
quatro leitos de madeira da banda do sul na parede, com esteiras em pregões
cobertas e mantas para se cobrirem os pobres.
Em 1565, afirma o visitador; visitamos a dita ermida a qual achamos estar num sobrado e por baixo um
hospital de pobres. O povo é obrigado à fábrica e concerto da dita ermida e
hospital. Achamos a dita ermida estar muito conservada… e assim o hospital está
provido de todo o necessário.
Conclusão
Por estes documentos parece legítimo concluir:
a)
O
hospital do Espírito Santo foi transferido do adro da igreja de S. Lourenço
para o meio da vila o que coincide
com a casa que Isabel Gramaxa dera para habitação do Capelão.
b)
O
hospital que deveria estar agregado à ermida de Nª Sª da Vitória nunca chegou a
funcionar plenamente, pois as visitações descrevem minuciosamente a ermida e
são omissos em tal caso.
Sabemos pela visitação de 1553 que o hospital do Espírito
Santo foi feito pelo povo e era administrado pela Câmara, por sua vez o
hospital agregado à ermida de Nª Sª da Vitória, por ordem dos instituidores era
administrado pelo Juiz de Fora e pelo Vereador mais velho, no primeiro caso
esse trabalho estava incluído nas suas obrigações, no segundo recebiam um
ordenado extra, fixado pelos instituidores em 200 reais brancos e provenientes
dos rendimentos da Capela, mas as funções acabam por se confundir. Isto porque,
ainda no princípio do século XVI, um vereador parece ignorar o seu direito a
receber os ditos 200 reais brancos, o que também indica que ignorava as suas
obrigações. Assim, parece que a Câmara resolveu fazer o que as ordenações
régias apontavam e noutras localidades já havia sido feito, ou seja, reunir
numa só instituição os diversos hospitais existentes, no nosso caso apenas
dois, e outras instituições de beneficência. Ou seja uma Misericórdia.
Parece-me credível, tanto mais que a localização da actual
igreja da Misericórdia, ou mais concretamente o seu altar, coincidem com o
descrito hospital do Espírito Santo. Acresce ainda que as propriedades dadas
por Pero Vicente e Catarina Lopes surgem depois englobadas nos bens da
Misericórdia, como por exemplo as bem conhecidas quinta da Bem Fadada e marinha
da Alfeirã. Inclusive em 1516 é referida como a marinha que foi de Pero Afonso.
Depois será da Misericórdia.
Sobre esta temática a investigação que está a decorrer trará
decerto nova luz.
A fundação
A Misericórdia enquanto instituição legalmente constituída só
deverá ter tido início na década de sessenta do século XVI. A Visitação de 1571
já refere de forma explicita embora de modo impreciso, diz; Os muito peditórios que cada dia crescem nas
igrejas causam grande moléstia e escândalo pelo que mando que daqui em diante o
prior ou quem seu cargo tiver não encomende peditório algum de qualquer
qualidade que seja sem licença expressa del Rei nosso Senhor enquanto Mestre,
ou do Dom Prior da Ordem, salvo os peditórios das obras da Misericórdia, Santo
Sacramento, redenção dos cativos…., achei por informação que a missa do dia os
dias de festa e solenes e Domingos se diz muito tarde por culpa do prior…,
mando ao dito prior sob pena de excomunhão ipso facto incorrenda e dez cruzados
a metade para as obras da Misericórdia da dita vila e a outra para o meirinho.
Nos anos setenta do século XVI a informação sobre a Misericórdia
surge com frequência nos arquivos, tanto na Torre do Tombo, como distrital e
mesmo local. São cartas de procuração dadas pela Mesa da Misericórdia,
autorizações de pagamentos dadas a terceiros, doações em dinheiro, etc, ou
indirectamente referindo o Provedor como testemunha, em processos alheios à
Misericórdia, mas onde a sua presença era requerida, eventualmente devido ao
facto de exercer um cargo que exigia idoneidade.
Esta é outra questão que intriga. Por que razão até 1570 não
surge qualquer referência à Misericórdia, nem mesmo de forma indirecta, e
depois elas surgem com regularidade? Na minha opinião simplesmente porque ainda
não existia.
A Misericórdia nos
séculos XVII-XVIII
Uma pesquisa minuciosa nos arquivos nacionais, distritais e
locais, darão um conjunto vastíssimo de informações sobre esta época.
O arquivo distrital de Setúbal nos seus livros de tabeliães
regista várias doações à Misericórdia. Só como exemplo, o moinho do Alimo, dado
pelo Dr. António de Matos Cabral, e também os registos das avultadas somas em
dinheiro que a Misericórdia emprestava a particulares ao juro de 5 % ao ano,
deixando estes como fianças as suas casas e propriedades, muitas delas
posteriormente integradas no património da Misericórdia. Isto é, a Misericórdia
funcionava como instituição de crédito. Mas também outro género de informação,
como aforamentos, perdões, procurações, arrendamentos, etc.
No arquivo Nacional da Torre do Tombo surge-nos bastante
informação de caracter geral, tais como impostos pagos no Almoxarifado de
Setúbal, determinações régias diversas de caracter geral ou particular, registo
de compromissos, autorizações para fazer obras ou admitir funcionários, etc.
No arquivo Municipal, informações sobre a vida da
Misericórdia, tais como, os privilégios dos irmãos em geral e dos mesários em
particular, as obrigações dos moradores e a sua participação para a
instituição, ou referencias à sua vida económica. Também pela negativa, ou
seja, informa-nos que não estavam a cargo da Misericórdia determinadas funções
que seria suposto estarem, como seja a protecção a crianças órfãs e enjeitadas,
pois em Alhos Vedros era a própria Câmara que assumia essas obrigações.
Em todos eles podemos ainda obter outro género de
informações. Por exemplo; nome dos Provedores e número de irmãos que em cada
época concreta compunham a Misericórdia e as suas condições profissionais e /
ou sociais, ou a importância que em cada época a Misericórdia tinha para a
população e o que esta lhe poderia oferecer.
Resumindo, diria que nestes séculos a Misericórdia teve a sua
época de maior desafogo financeiro e concentração de bens móveis e imóveis. Era
aquilo a que o povo chama “uma casa rica”. Se no seu início essa concentração
de bens se deveu principalmente a doações de particulares é evidente que depois
se deve essencialmente à política usurária não só na Misericórdia de Alhos
Vedros como por todo o país.
O livro do Tombo, feito em 1780, que felizmente escapou à
voragem do tempo e está na Misericórdia é nesse aspecto elucidativo. Nele podemos
constatar que a Misericórdia possuía, uma igreja, um moinho de maré, um
viveiro, um sapal, um paul, duas marinhas, três courelas de vinha e terra,
quatro quintais, seis courelas de terra, sete pinhais, umas casas caídas, oito
casas, nove casas com quintal e dez vinhas. Estes bens foram avaliados nessa
época em 5.433.000 reis, e davam um rendimento anual de 163.750 reis. Embora a
maioria destas propriedades estivessem localizadas em Alhos Vedros, também se
distribuíam pela Moita, Barreiro, Lavradio, Verderena, Palhais e S. António.
Pela consulta aos livros de Tabeliães de Alhos Vedros que se
encontram no arquivo distrital de Setúbal, posso garantir que nestes séculos as
verbas emprestadas pela Misericórdia atingiram muitos milhões de reis.
A Misericórdia no
século XIX
No século XIX alguma documentação local permite constatar que
apesar das dificuldades gerais a Misericórdia manteve ou mesmo reforçou a sua
acção social. Desde essa época torna-se possível quantificar esse trabalho.
Por outro lado o seu prestígio foi crescendo. A Misericórdia
era a maior instituição do concelho, não só pelas obras de caracter social a
que se dedicava, mas também financeiramente, e economicamente como proprietária
rural e urbana, e porque não, de pressão e/ou interesse político.
A própria Câmara lhe dá lugar de destaque quando em 1836 fez
uma exposição da vila no sentido de manter a sede de concelho em Alhos Vedros
em detrimento da Moita. A Câmara afirma em abono da sua vila; tem uma magnífica Misericórdia com
rendimentos que não só faz esmolas aos pobres desta vila mas até aos pobres que
vem de outras terras do Reino que se dirigem para o Hospital de Lisboa. Em
desabono de hipótese da sede do concelho ser na Moita; Esta vila não hade (sic) de maneira nenhuma Anexar-se à vila da Moita
porque não tem as Comodidades precisas, primeira porque a sua igreja que serve
de Freguesia é uma Capela indecente, Segunda não tem Misericórdia, Terceira não
tem casas da Câmara… Esta era a grande diferença entre as duas vilas e
eventualmente o que decidiu a favor de Alhos Vedros, embora por pouco tempo.
A informação disponível não deixa dúvidas sobre o
funcionamento regular do hospital. Sabemos que contratava funcionários que
garantiam as suas actividades, tais como, caminheiro, porteiro, ajudantes,
procuradores e hospitaleiro o que confirma o seu funcionamento, aliás sempre
referido em diversos arrolamentos que pude consultar.
a) Assistência Social
A assistência social mudou nos finais do século, isto é,
tornou-se mais abrangente ao considerar novas situações como a formação e a
educação. Quase no final do século a assistência prestada, de que temos
conhecimento, consistia principalmente em fornecer aos pobres pão, leite,
agasalho e por vezes dinheiro. Nos anos oitenta surge outro tipo de apoio. Em
1877 cede a sala e a mobília para instalar uma escola do sexo feminino que anos
depois passa a ser de ambos os sexos. Surge também a protecção aos órfãos ficando
estes sob a sua responsabilidade. Apoio aos jovens através da sua promoção
escolar ou realizando casamentos entre os seus órfãos e os de outras
misericórdias, dando-lhes para isso o dote costumeiro.
Preocupa-se com a assistência médica. Contrata um médico, manda construir um
posto de socorros e adquire os instrumentos necessários. São incluídos nos
orçamentos da instituição verbas para a compra de medicamentos. Anteriormente
os médicos eram admitidos como funcionários da Câmara, mas, já então incluía
uma cláusula que determinava que aos
providos Misericórdia (o médico)
curaria por amor de Deus.
b) Recursos e rendimentos
Os recursos e rendimentos próprios da Misericórdia para
dedicar à assistência social continuaram a crescer ao longo do século. Em 1856
o livro de Acentos de Foros revela que a Misericórdia mantinha todas as
propriedades já registadas no livro do Tombo e algumas outras. Os seus
rendimentos seriam sensivelmente os mesmos. Em 1887, para além das propriedades
e de diversos objectos e alfaias, algumas de relativo valor monetário e de
outras com algum valor artístico, diz a Mesa possuir dois certificados de
50.000 reis e sete de 100.000 reis.
As verbas destinadas à assistência eram todavia uma pequena
parte destes rendimentos.
O grosso das despesas era destinado ao pagamento dos legados
pios, imposto com que o Estado sobrecarregava as instituições religiosas, mas
também para o azeite das lamparinas que iluminavam as imagens santas, para a
cera das velas da igreja, pagamento de missas e outras cerimónias religiosas
como procissões.
A Misericórdia no
século XX
1ª fase; até 1935
Até 1935 a Misericórdia continuou na linha do já exposto para
o final do século XIX.
Reforçou o apoio à instrução primária, aumentando as
instalações, fornecendo habitação à professora, adquirindo livros para os
alunos mais carentes, comprando roupa para quase todos e até enviando e
pagando, pelo menos num caso, um aluno a continuar os estudos pós primária numa
escola particular.
Pela primeira vez surge apoio específico para os idosos, com
a atribuição de alimentos, dinheiro ou casas para habitação. Em 1933 são
dezasseis os que usufruem de apoio da Misericórdia, apoio que orçava em cerca
de dois contos anuais.
Surge também, embora casos raros, apoios aos que ficavam
impossibilitados de trabalhar, sobretudo com família a seu cargo.
Por ano é fornecida alimentação a mais de duas centenas de
pessoas.
Assume as despesas de funeral dos seus providos, comprando o
caixão.
É instalado o posto médico em 1924, disponibilizando
instalações e mobília, e adquirida mesa de operações, utensílios de cirurgia,
macas, etc. Revelou-se este serviço de enorme utilidade. Diversas pessoas
acidentadas foram aqui socorridas e salvas pois o seu transporte para os
hospitais de Lisboa seriam, eventualmente, fatais. Logo nos primeiros anos eram
feitos, neste posto médico, mais de mil intervenções ou curativos, por ano. O
seu funcionamento orçava em cerca de 1.000$00 anuais, não contabilizando as
despesas de farmácia.
2ª fase; 1935-1974.
O ano de 1936 fica marcado pela inauguração do
Asilo-Hospital, que foi um acto solene e
grandioso o mais grandioso que se deu em Alhos Vedros nos últimos tempos.
No final desse ano já tinham estado internadas quinze pessoa e nos seguintes
estiveram internados sempre mais de vinte doentes. Para o seu funcionamento a
Misericórdia disponibilizava perto de 3.000$00 anualmente, não incluindo os
honorários do médico e do enfermeiro.
O Asilo recebeu imediatamente quatro velhinhas que estão confortavelmente instaladas. No ano
seguinte passaram a sete esperando a Mesa aumentar esse número logo que tenha verbas.
Significativo foi a criação da maternidade em 1939 por
iniciativa de um grupo de senhoras. Diz a acta da assembleia geral que a
iniciativa das senhoras, nunca refere os seus nomes, merece o aplauso de todas as pessoas de bom coração. Conseguiram as
senhoras, com a sua persistência, …, com que levaram a efeito a compra do
indispensável para a maternidade que custou 2.706$30, …, só à sua parte fazer a
colheita de 1.969$80.
Na década de sessenta o hospital passa para a administração
central, ficando a cargo da Misericórdia a administração do asilo, entretanto
ampliado, primeiro no edifício anexo ao hospital que funciona actualmente como
enfermaria e depois no edifício a que hoje costumamos chamar “a parte velha”,
melhorando a qualidade e aumentando o número de utentes.
Recursos e rendimentos
No século XX os meios de financiamento das actividades da
Misericórdia mudaram radicalmente. A riqueza de outrora tinha sido engolida na
voragem política.
Agora é o Estado o principal financiador.
Passou ainda a deter alguns direitos legais, como seja 10% de
todas as receitas de bilheteira obtidas em espectáculos que se realizassem no
concelho.
Contava também com a participação dos sócios, pela
quotização, embora fosse uma pequena parte do total.
Contava ainda com as doações de alguns beneméritos, como foi
o caso de Pedro Rodrigues Costa, que contribuiu decisivamente para a construção
do Lar que hoje tem o seu nome, e por isso a Mesa lhe mandou erguer um busto
frente às ditas instalações, por sinal único na freguesia.
Outubro de 1999.
Sem comentários:
Enviar um comentário