sábado, 7 de março de 2015

Morrer na Moita. comentário

Morrer na Moita: comentário
Introdução
Este trabalho foi realizado com base nos livros paroquiais do concelho da Moita, em particular dos assentos de óbitos, e em diversa documentação recolhida nos arquivos locais.
Não tem por objectivo elaborar qualquer tese sobre morte nem sobre a mentalidade ou cultura subjacente às práticas fúnebres e religiosas da época.
Pretende-se simplesmente dar a conhecer, em especial aos moitenses, um pouco da sua história e fornecer algumas informações sobre a vida (e a morte) nesta vila e no concelho.
É, portanto, um trabalho informativo, sem pretensões académicas ou científicas, mas, com o rigor histórico e o suporte documental exigível.

Infância
Relativamente aos óbitos na Moita, ressalta desde logo a elevada mortalidade infantil, que aliás, é generalizada. É impossível efectuar estatísticas sobre este assunto pois bastantes pessoas, ao sentirem-se doentes procuram tratamento no hospital de S. José em Lisboa e lá acabam por falecer, não entrando por isso nos registos locais. Sabemos que seriam bastantes os moradores da Moita a recorrerem a este hospital pois as verbas pelos serviços prestados eram remetidas para cobrança à Câmara Municipal e foram registadas nos livros de contas. Eram verbas elevadas que chegavam a largas dezenas de milhares de reis, em alguns anos atingiam mesmo as centenas.
Constata-se que se tratava de um problema grave. Verifica-se pelo número de crianças exposta na Roda, que na Moita ficava numa das últimas casas da rua de Palmela, eventualmente para possibilitar a descrição necessária.
A Câmara pagava a rodeira e as amas que criavam essas crianças e cujos nomes são referidos nos documentos. Contudo não se tratava de nenhum acto de caridade, pelo contrário. A Câmara cobrava um imposto destinado especificamente ao apoio aos órfãos e aos expostos, verba que entrava no chamado cofre dos órfãos e tinha administração própria com juiz, escrivão e outros funcionários. Dessas verbas nem dez por cento era utilizado para os fins a que se destinava. Sempre que a Câmara tinha problemas financeiros, e eram constantes, para efectuar obras, pagar a fornecedores ou a funcionários, retirava o dinheiro do dito cofre dos órfãos, que, como é óbvio, nunca voltava a repor.
Não temos registos específicos, mas pelo número de óbitos que se verificavam, identificados nos assentos de óbitos, e pelos de casamento, em que as pessoas eram identificadas, que muito poucas dessa crianças deixadas na roda chegariam à idade adulta. Talvez por isso a Câmara determinou que as amas só fossem pagas depois do Facultativo Municipal (Delegado de Saúde) consultar as crianças e atestar que estão bem tratadas e de saúde. A medida, embora louvável, parece ter produzido fracos efeitos. É uma situação onde parece que as amas estão mais interessadas nas verbas que recebem do que em cuidar das crianças que lhe foram entregues. Por isso, ou talvez por isso, surgem neste período bastantes crianças abandonadas à porta das pessoas mais ricas, (o que sabemos pelos registos de baptismo), pois assim a mãe que deixa o filho, acredita que sendo criado por essas pessoas será melhor tratado.
É possível também aquilatar a gravidade da situação pelos pedidos de subsídio feitos à Câmara para criar crianças, sempre pela mesma razão, a miséria dos pais, que era, aliás quase geral.
Se o abandono de crianças era uma praga, ainda assim surgem casos, embora raros e espaçados no tempo, de casais que procuram intencionalmente adoptar crianças, eventualmente devido a problemas de infertilidade, visto que esses casais nunca surgem a baptizar filhos próprios.
Outro factor potenciador da elevada mortalidade infantil, já na época diagnosticado pelos médicos, nomeadamente pelo doutor Silva Evaristo, ao referir as péssimas condições higiénicas em que as pessoas viviam e que só na viragem do século XIX a Câmara começou a dedicar alguma atenção, começando a fazer a limpeza das ruas, a legislar contra as práticas em uso de abandonar imundices em locais públicos ou de circular e criar animais nas ruas da vila, entre outros. Elucidativo foi a morte de duas crianças da escola primária atribuídas ao facto desta estar situada perto do porto da lama, (porto da merda, pois era disso mesmo que se tratava). Inclusive a própria professora chegou a queixar-se à Câmara que devido aos odores nauseabundos exalados do dito porto, adoeceu, estando vários dias e por várias vezes com náuseas e vómitos.
Por último a mortalidade relacionada com o parto. Muitos são os casos de mulheres e seus filhos que morrem durante o parto. Outros haverá que não sendo possível detectar imediatamente pois a mãe, não morrendo durante o parto, acabava por morrer alguns dias ou semanas depois devido a causas relacionadas com o parto.

Acidentes
Relevante para a mortalidade local é a morte por afogamento.
Morrem pessoas afogadas nas marinhas, nas caldeiras dos moinhos, nos charcos, e nos poços, eventualmente ocasionais, mas também, e em elevado número, que caem acidentalmente à água ou aparecem mortos a boiar no Tejo e são trazidos para terra pelos marítimos locais, ou simplesmente aparecem mortos nas praias. Sabemos também por outras fontes que muitos moitenses, acidentados nos barcos não surgem nos registos locais porque esses acidentes se deram noutros locais, nomeadamente em Lisboa.
Também a actividade marítima local regista óbitos por acidente, concretamente de duas maneiras; ou o acidentado caiu da verga ou a verga caiu-lhe em cima.
Morrem ainda pessoas vítimas de tiros, alguns presumivelmente acidentais, outros vítimas de crime ou devido a desacatos. Da mesma forma são referidas pessoas que morrem na sequência de facadas e de pauladas.
Com a chegada do comboio começa também os acidentes relacionados com esta actividade. Ou caem do comboio ou são apanhados pela máquina ou ainda por descuido são trucidados pela composição.

Doenças
É óbvio que o principal factor para a mortalidade é a doença. Os registos só em curtos espaços de tempo informam o tipo de doença eventual causa imediata da morte.
As doenças registadas mais comuns seriam: tísica, moléstia, hidrofisia, malina, apoplexia, anginas, bexigas, pneumonia, varíola, hemorragia cerebral, meningite, gripe, tétano, tuberculose, estupor, perniciosa, cólera, moléstia de peito, moléstia de deitar sangue pela boca.
As crises epidémicas eram também frequentes. Doenças contagiosas matavam famílias inteiras ou várias, na mesma rua, com pouco tempo de intervalo entre elas. Particularmente as crianças eram as mais afectadas. Vários casos de seis, oito ou dez crianças, por vezes vários irmãos ou vizinhos morriam em poucos dias.
Neste particular refira-se o ano de 1833, em que a epidemia de cólera matou três a quatro vezes mais pessoas do que em ano normal. Apesar de alguns historiadores afirmarem que esta epidemia quase extinguiu a população, trata-se de um manifesto exagero. Até porque a população foi imediatamente reposta por gentes oriundas de outras regiões do país.
Não deve ser, apesar disso, menosprezada, até porque, no caso da Moita, e das freguesias vizinhas esta epidemia foi particularmente dura. As pessoas começavam por se sentir indispostas, seguido de vómitos e num ou dois dias morriam. Também aqui não é possível obter contas exactas, pois o padre desistiu de fazer os respectivos assentos, fosse devido à quantidade de óbitos fosse pelo medo de contágio. Só depois de passada a maior intensidade da crise, nos meses de Abril a Julho, o Vigário Geral ordenou ao padre local que registasse todos os nomes de que se lembrava, determinando que fizesse todas as diligências possíveis para saber quem tinha morrido, o que ele fez, deixando uma lista com o nome de cerca de cinquenta pessoas sem outra qualquer referência.
Mas é certo que não registou todos. Até 1850 vão surgindo pessoas a solicitar certidões do assento de óbito dos seus familiares. A última referida está datada de 22-11-1850 e é de tal forma elucidativa que sem qualquer comentário passo a transcrever:
Diz Mariana da Luz, casada com Alexandre Lino, ausente neste Reino, que pelo documento junto mostra ter tido um filho por nome Francisco. O qual faleceu na vila da Moita no ano de 1833 na ocasião das moléstias por motivo das quais não se lavrou o óbito do falecimento do dito seu filho; bem como de outras pessoas que faleceram naquela época.
Nesta síntese referência ainda para bastantes pessoas que estando doentes viajam de diversas localidades do sul do país, com destino ao hospital de S. José em Lisboa, acabando por morrer na Moita, tanto no barco da carreira como no próprio cais. Depois será no comboio, chegando este a deixar cadáveres de indivíduos que entretanto tinham falecido na viagem.

Onde se morre
Como se pode verificar pelos casos que transcrevi em “Morrer na Moita: curiosidades” e fazem parte documental deste trabalho, morre-se em todos os locais do concelho, sejam públicos ou privados. Nas vinhas e nas hortas, nas palhotas e nos becos, nas estalagens ou no meio das ruas e largos, na estação dos caminhos-de-ferro ou na cadeia.
No caso dos mendigos, morrem mais ou menos abandonados e em situação de extrema penúria. Ao tempo, todo o indivíduo do povo, homem ou mulher, chegando a idade de não conseguir trabalhar, ou com qualquer idade sendo deficiente, a única forma de sustento era a mendicidade, vivendo do “amor dos fiéis”.
Surgem também em número significativo pessoas que aparecem mortas na casinha dos pobres, como é referida no início do século XVIII, mais tarde referida como “a casa onde os pobres se recolhem”, posteriormente como auspício e ainda como hospital, referindo-se sempre ao mesmo local, eventualmente melhorado e restaurado, levando inclusive a que em localidades vizinhas a ser pelidada como misericórdia da Moita. Este estabelecimento estaria situado na rua da Estação, travessa da Pinta, fronteira ao largo Conde Ferreira.
Como se morria em todos os locais do concelho é possível fazer uma relação, assim temos, na vila: ruas; do Cais, das Canas, da Praia, do Porto, Direita, do Arneiro, do largo do Poço, da Praça, da Fábrica, da Azinhaga, de S. Sebastião, de S. António, do Poço, de Palmela, de Setúbal, nova de Palmela, Direita da Igreja, da Estação ou dos Caminhos-de- Ferro, do Rosário, do Arrabalde, do Paço, Conde Ferreira, da Praça de Touros, do Matadouro, dos Fornos de Cal. Travessas do Félix, do Barbosa, do Ministro, do Possinho, da Praça de Touros, dos Ferreiros, da Palmeira, do Cipriano, da Quinta, Travessa Nova, do Cais, da Piedade, do Espanhol.
Largos, das Flores, do Bica, do Arneiro, de S. Francisco de Paula, do Príncipe Dom Carlos, do Capitão-mor, da escola Conde Ferreira, do Poço, do Poço das Bravas, da Igreja, da Praia, de Manuel da Costa, da Pinta, do Cais, da Madre de Deus, da Praça de Touros, da Caldeira, de Joaquim Tomás, do Alferes.
Ainda o Canto do Joaquim Tomás, os pátios de José Ferreira, do Cordoeiro, do José Martinho e do José Ratinho.
Fora da vila temos: Sarilhos, Rosário, Broega, Brejos, Carvalhinho, S. Sebastião, Barra Cheia, Arroteias, Chão Duro, Alto do Rosário, Alto da Moita, Esteiro Furado, Gaio, Pinhal da Areia, Alto da Malhada, Brejos de Água Doce, quinta da Ponte do Caia, sítio da Cruz das Almas, sítio do Palheirão, Alto do Pontão, Fazenda do Cordoeiro, quinta de Santa Rosa, sítio da Horta, quinta dos Fundilhões, sítio da Bela Vista, sítio da Quintinha, quinta de S. Domingos, sítio das Caldeiras, sítio do Moinho Novo, Arroteia do Ratão, Arroteias de Sarilhos, Abreu Pequeno, Abreu Grande, Quinta da Freira, Calcanhar, Casal da Fonte da Areia e Bairro Costa.

Locais de enterro
No concelho da Moita os enterros são efectuados em diversos locais, até à interdição de os fazer nas igrejas.
Destaque para a igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, tanto no interior como no adro, nas capelas de S. Sebastião, do Rosário e de Sarilhos, também tanto no interior como no adro. Com a proibição dos enterros nestes locais a Câmara constrói um cemitério, que não sei precisar o local, mas ficaria perto do Porto, e depois, por motivos que a documentação que tive acesso não esclarece, transferiu-o para as traseiras da igreja. A documentação dos arquivos locais decerto fará luz sobre o assunto.
No final do século é construído o cemitério no Alto de S: Sebastião, cujas peripécias da sua inauguração e bem assim o regulamento pode consultar neste blogue. Refira-se ainda que existem pessoas sepultadas em vários locais, nomeadamente nas praias do Rosário e de Sarilhos, porque eram encontradas em adiantado estado de decomposição, e, então, eram enterrados no próprio local em que eram encontrados.
Dentro do espaço das igrejas, (até à construção dos cemitérios) uns eram sepultados outros enterrados, o que além de ser uma questão de diferenciação social era também uma questão de localização.
Assim, os padres tinham a sepultura eclesiástica, em local junto do altar principal. As pessoas de maior estatuto social e económico eram sepultadas dentro da igreja em jazigos de família e em locais privilegiados relativamente às eventuais benesses divinas. Os membros das confrarias e irmandades tinham covais próprios. O conjunto do povo ou tinha dinheiro e era enterrado no adro com alguma dignidade, ou sendo miserável era enterrado “por caridade” e ia para o “cemitério” ou seja a vala comum.
Da mesma forma relativamente ao tipo de enterro. A forma como as pessoas eram sepultadas também variava. A grande maioria era de “corpo à terra”, alguns poucos de caixão e raros em jazigo.
Também as cerimónias públicas eram variadas, sendo a maioria enterrada sem qualquer ritual. Uma pequena minoria é acompanhada pelos cerimoniais religiosos que vão da simples missa ao acompanhamento fúnebre com procissão, dependendo das quantias monetárias que a família do defunto, ou o próprio por testamento tivesse disponível para gastar.
Comum era o facto de o padre registar no assento de óbito se o falecido tinha, ou não, feito testamento. A maioria das pessoas não o fazia “porque não tinha de quê”. Os que o faziam deixavam determinadas quantias, ou bens, destinadas a missas por sua alma e de seus familiares. Em alguns casos o testamento é feito “vocalmente”, ou seja, era aquilo que o sacerdote atestava que o falecido tinha estabelecido, à hora da morte, sendo apenas o próprio sacerdote testemunha do testamento.

Apelidos e alcunhas

Na relação dos óbitos inseridos no artigo “Morrer na Moita; curiosidades”, vão referidos um número significativo de apelidos e alcunhas, todavia o seu número total tornaria a dita relação demasiado longa e sem particular interesse. Por isso, e apenas por curiosidade, aqui deixo os apelidos e alcunhas que detectei, muitas de pessoas bem conhecidas na Moita, alguns dos quais meus amigos: Preta, Preto, Balceiro, Calafate, Calote, Calhau, Caramelo, Mexilhoca, Castelhaninho, Machoqueiro, Freira, Proença, Ruivo, Delgadinho, Outeiro, Patronilho, Balim, Barritier, Lagartixa, Gago, Canhoto, Sustancia, Marão, Trabalhador, Algarvio, Carranquinha, Forneiro, Carpinteirinho, Cassoa, Emaus, Marram, Marítimo, Moleiro, Cota, Desgarrada, Ratinho, Pepe, Ramelas, Arrepia, Feio, Casado, Branquinho, Mulata, Corista, Russiano, Buchas, Santa Marta, Manica, Ilhéu, Pascoal, Margarido, Papa Bolos, Cigano, Libério, Cainé, Bagante, Lasca, Chaves, Roquete, Santinho, Fatia, Cantante, Manço, Castanheida, Marinheiro, Cazequinha, Manique, Faquinha, Fraqueira, Abra, Preguiça, Negrão, Casa Branca, Cadete, Camarinho, Pena Guião, Vendeiro, Sardo, Polido, Bexiga, Papada, Marateca, Ferrinho, Páscoa, Balravento, Rolo, Minhoto, Rebolo, Palhaço, Dorça, Pitangas, Novo, Velho, Sem Juízo, Cachamão, Prestes, Não Perca, Marinhenga, Catarrinho, Espanhol, Tapisso, Moscardo, Bonita, Peixeiro, Pimpão, Borda d’ Água, Barriga, Marto, Patronilha, Alcobaça, Carromeu, Beiroa, Mouco, Ratão, Avoa, Argau, Formas, Terras, Rego, Cabau, Farinha, Catina, Magina, Tilha, Regra, Cantarino, Ramalheiro, Boa Viagem, Gamboa, Talhadas, Carona, Bronze, Rasmalho, Brinca, Menina, Cartaxo, Buxa, Vareiro, Carraça, Faim, Bife, Mena, Reimão, Corgeiro, Fetinhas, Feiteira, Campante, Cobélos, Alegria, Espada, Quitério, Sereno, Pataco, Carabineiro, Raposeiro, Casaca, Ferro, Carrapeto, Cruzado, Canas, Barreto, Condinho, Escumalha, Pitanças, Seco, Catarro, Cachucho, Arrábida, Doirado, Chaves, Miquelino, Rufino, Nora, Saragaço, Bonjour, Broega, Fábrica, Tosquiador, Lé, Ucha, Frade, Moço, Lapuz, Cantanhede, Ferelume, Murilhas, Lomba, Amieiro, Carregosa, Carregal.

Morrer na Moita 1851- 1910. afogados, expostos, alcunhas e outras curiosidades

Morrer na Moita 1851- 1910. afogados, expostos, alcunhas e outras curiosidades

14-6-1851. Gémeos, recém-nascidos, filhos de Manuel Pascoal e de Rosa de Miranda.
13-7-1851. Manuel Ferreira. Morreu a bordo de uma falua no cais desta vila… vinha de Setúbal e ia para Lisboa. Casado com Luísa Não Perca.
22-8-1851. António da Costa ou da Filipa… natural de Mira.
2-8-1852. Alexandre o Peixeiro… encontrado morto de morte violenta.
2-12-1853. Simão, solteiro, de 18 anos de idade pouco mais ou menos, era maneta de um braço, morreu em um forno no largo do Paço desta vila, andava a pedir esmola…
12-6-1854. Manuel Carvalho, de 32 ou 33 anos de idade, solteiro… morto no cais de uma facada no pescoço… morava na Quinta do Anjo.
15-9-1854. um anjinho … logo que se abriu a porta da igreja às 6,30 horas da manhã, apareceu num dos altares, amortalhado em um vestidinho branco, sem se saber o nome do pai nem da mãe.
18-1-1855. António por alcunha o Pimpão, oitenta e tantos anos de idade… andava mendigando as esmolas dos fiéis, achado morto numa cabana de palha, no Porto… pela parte de trás da Fábrica algum dia de sola… casado com Gertrudes de tal…
21-4-1855. um exposto da roda da vila da Moita, por nome José, que eu mesmo baptizei em casa em perigo de vida, tendo três dias de idade, o qual entrou na dita roda no dia dezassete do corrente às dez horas da noite, trazendo vestido um vestidinho branco, de baeta, já usado, uma tanquinha de xista roxo já usada…
29-4-1855. um anjinho por nome Sebastiana, de leite… cuja mãe se encontrava nesta vila com objecto de venda…
9-12-1855. António Rodrigues Saleiro… não fez testamento porque não tinha de quê…
15-7-1856. Francisco António, de 65 anos de idade, viúvo, natural de Aldeia Galega… o qual andava a mendigar nesta vila… e faleceu na casa da Caridade…
20-8-1856. Manuel Mendes, solteiro, maltês, de 25 anos de idade pouco mais ou menos, natural de Corjo de Enchenjo, Coimbra… foi achado morto na casa de albergaria de Manuel Balim…
7-9-1856. João da Rosa, 22 anos de idade, solteiro… morreu de um tiro de espingarda… natural de Sousa, Aveiro.
7-2-1857. João d Deus, solteiro… vivia das esmolas e dos covais que fazia no cemitério… se achou morto na casa da caridade… natural do Algarve.
19-5-1857. Manuel Marçalo, solteiro… apanhou uma pancada que o privou da razão… natural de Cadima… morava no Penteado.
7-7-1857. Maria da Luz casada com António Cardoso, 27 anos de idade pouco mais ou menos… passou-lhe um carro por cima… que logo a fez em pedaços.
9-3-1857. dois anjinhos, gémeos, que foram baptizados à nascença pela parteira… e logo faleceram, sem nome, filhos de Victorina Maria, viúva de Joaquim Fernandes, moradores no lugar de Sarilhos… o pai falecido no dia antecedente da morte dos ditos filhos…
27-8-1857. Maria não se sabe de quê, casada com José Pereira Alonço, que vindo dos caminhos-de-ferro do sul, que vindo quase morta, foi depositada na casa da caridade… e não se pode alcançar mais informações a este respeito…
19-12-1857. um homem… 60 anos de idade pouco mais ou menos… morreu no hospital que serve de asilo aos pobres.
29-12-1857. Jacinto de cor preta.
11-7-1858. João Borda d’Água… natural de Mira.
4-1-1859. Manuel de Miranda, solteiro… morreu de um desastre nos caminhos-de-ferro… morava na Carregueira.
30-4-1859. Manuel o Barriga… faleceu em casa de Manuel Francisco Balim.
8-8-1859. Manuel Fernandes, solteiro… faleceu no mar a caminho do hospital.
2-4-1860. Manuel Gregório… faleceu em naufrágio no mar de Lisboa…
17-9-1861. Antónia Rangel de Mascarenhas, 19 anos de idade, solteira… neta do Marquês de Olhão… sepultada em frente do jazigo de sua excelentíssima família.
9-11-1862. António Moço Loureiro, natural de Ermida, Mira… faleceu no mar vindo em uma falua desta vila, da vila do Carregado, para os trabalhos rurais destes subúrbios… dizem ser viúvo.
5-9-1865. três recém-nascidos, filhos de Bernardo José e de Maria.
13-10-1866. Manuel Gregório casado com Dionísia Rosa… faleceu afogado no Tejo indo desta vila para Lisboa… pouco mais ou menos 7 anos.
11-6-1868. João três meses de idade e o pai Joaquim da Costa Ratão… pai e filho ambos no mesmo caixão.
15-8-1868. João Avó, solteiro, 70 anos de idade.
12-11-1868. Tomás António, 76 anos de idade, viúvo de… não sei quem.
14-7-1869. Manuel Ratinho… consta ser de Aldeia Galega… encontrado afogado perto do Rosário… por Belchior que o trouxe no seu bote.
7-10-1869. Maria do Carmo casada com José da Silva, 19 anos de idade, natural e moradora na Moita… faleceu de mau parto… deixou um filho…
11-4-1870. Maria Domingues viúva de Tomé Gonçalves, 55 anos de idade, natural de Vieira, moradora em Sarilhos… morreu afogada num poço…
21-8-1870. Rosa Farinha 24 ano de idade… sem domicílio certo… faleceu junto ao pinheiro novo e caminhos-de-ferro.
13-7-1871. Conceição dos Santos de 16 anos de idade, filha de José dos Porcos e de Maria dos Santos… morta com um tiro de espingarda por José, solteiro…
19-9-1871. Maria, viúva, natural da Beira, 50 anos de idade mais ou menos, moradora no Carvalhinho… dizem que era mendiga… e nesta vila não se viu mendigar… deixou filhos menores.
7-6-1872. um homem… vindo com peixe da praia de Sesimbra foi estrangulado pela máquina do vapor na estação da Moita…
26-3-1873. Joaquim Maria Justino, 30 anos de idade mais ou menos, morador em Setúbal, fogueiro da máquina do comboio Barreiro, Vendas Novas… morreu de hemorragia cerebral produzida por queda que deu perto da estação…
5-6-1873. Joaquim Lopes, 5 anos de idade, natural do Gaio… morreu asfixiado por submersão em um poço…
7-9-1873. Maria Perpétua, casada com Faustino Francisco dos Santos, de 50 anos de idade mais ou menos… encontrada morta no Arrabalde desta vila…
14-6-1875. António Marto, solteiro, morador nos Brejos, natural de Aveiro, 58 anos de idade, trabalhador… faleceu repentinamente…
10-11-1875. Luís Chandelier Júnior, 48 anos de idade, solicitador… morava em Lisboa… em tratamento na Moita…
18-1-1876. Manuel Pereira de Carvalho, 22 anos de idade, solteiro, trabalhador… a viver temporariamente na Moita…
7-7-1876. Francisco dos Santos, 30 anos de idade, solteiro, morador em Águas de Moura… em tratamento nesta vila… na rua do caminho-de-ferro, junto ao Largo do Conde Ferreira…
18-8-1876. Miguel dos Santos, solteiro, 65 anos de idade, trabalhador, morador no Esteiro Furado, natural de Arazede… criado segundo se consta a expensas da misericórdia de Coimbra…
31-12-1876. Maria Rosa, 90 anos de idade, natural de Mira, moradora nos Brejos, casada com José Rodrigues Moço o Pancrécio.
27-6-1877. Inês Ferreira, 16 anos de idade, natural de Pernanbuco.
3-12-1877. Carolina, 5 anos de idade filha de José Simões Cara de Ferro…
3-3-1878. João da Cruz Terras, 25 anos de idade… morreu por asfixia ou afogado… na coroa dos Pássaros…
3-6-1878. Balbina Rosa, 102 anos de idade, moradora no Alto do Rosário, viúva de Simplício José Moleiro…
23-9-1878. Joaquim dos Santos Soeiro, 22 anos de idade, morador no Esteiro Furado… morreu esmagado sobre o peso de uma parede…
23-9-1878. Manuel Teixeira, 30 anos de idade, natural de Cadima… morte violenta por efeito de uma pancada que recebeu com um pau na região frontal…
9-12-1879. João Fernandes Talhadas, 104 anos de idade, viúvo de Ana Joaquina, morador na Broega.
23-12-1879. Joaquim de Oliveira Faim, 48 anos de idade, natural de Cadima, morador no campo no sítio do Carvalhinho… morte violenta de um tiro na estrada de Setúbal…
3-1-1880. Joaquim Bife, 50 anos de idade, sem domicílio certo… morreu no moinho a cargo de Estanislau Domingues, sito no largo Conde Ferreira.
27-6-1880. António Mendes de alcunha o Ratinho, mendigo, sem domicílio certo, natural de S. João dos Arcos, Viseu… morreu num forno na rua do Arneiro…
25-8-1880. criança do sexo masculino de 11 dias de idade, filho adultérrimo de Maria Rosa, casada, lavadeira, moradora na rua da Fábrica.
30-4-1881. um homem encontrado morto junto à praia das Boieiras, Sarilhos.
30-11-1881. António, 55 anos de idade mais ou menos, mendigo… apareceu morto… de estatura regular, magro, rosto comprido, cabelo castanho, barba loura e cerrada… vestia gabão velho e por baixo umas ceroulas…
6-12-1882. Maria, asilada no auspício por conta da Câmara… filha de Inês de Jesus, solteira já falecida… auspício camarário sito na travessa da Pinta…
20-2-1883. uma criança do sexo feminino com sete meses de vida uterina…
17-3-1883. Maria, 15 meses de idade, órfã, moreu onde… se acha montado o auspício dos expostos… na travessa da Pinta…
2-9-1883. José António, 70 anos de idade mais ou menos, mendigo, natural de Candosa, Midões… faleceu repentinamente atrás da caldeira junto à praça de toiros… usava chapéu desabado, calça e jaleco de cotim e sapatos grossos… segundo informações fidedignas que obtive…
21-5-1884. José Cipriano as Neves, 47 anos de idade, solteiro, negociante na vila de Tete, Climane, África… sabe-se que deixou uma filha, por nome Camila Velosa das Neves, havida de Maria Fortunata Bragança, solteira, moradora na vila de Tete… em tratamento na Moita.
1-11-1884. Manuel Pedro Carabineiro, 50 anos de idade, solteiro, trabalhador, morador no Rosário… faleceu por asfixia, numa vala junto da marinha nova, tendo caído à água vítima de ataque epiléptico…
9-10-1885. um homem cujo nome se ignora de 80 anos de idade mais ou menos, mendigo… morreu numa cabana pertencente a Romão Martins em Sarilhos… estatura regular, rosto comprido carado, cabelos e barba branca, vestindo calças de ganga já usadas, uma camisola velha, achando-se embrulhado, descalço, numa manta velha, de que usava…
1-4-1886. Manuel Marques, 30 anos de idade, natural de Mira… morador à 15 dias nesta freguesia… na Broega…
14-3-1887. um mendigo de 40 anos de idade mais ou menos, apareceu morto na Cruz das Almas… estatura regular… vestia jaleca de pano preto usada, calças de cotim azul, e sapatos grossos…
2-1-1888. Manuel Marques, 30 anos de idade… foi encontrado morto…
4-3-1889. uma criança do sexo feminino, 34 dias de idade… registo foi anulado porque… criança não foi baptizada…
14-12-1891. Serafim de Oliveira casado com Maria Egipciana, 50 anos de idade, marítimo… morreu afogado no mar… perto da morraceira desta vila…
10-5-1896. Eduardo, 13 anos de idade… morreu por submersão por ter caído numa lagoa…
20-2-1897. Perpétua Dores, 2 anos de idade, filha de Joaquim António Borda d’Água e de Ana Borda d’Água… naturais do Torrão…
20-3-1905. encontrado morto um indivíduo… cujo nome se ignora, mendigo, coberto de andrajos, aparentando ter 60 e tantos anos…


Morrer na Moita, 1800 - 1850; caramelos, acidentes, náufragos, e outras curiosidades



 data          nome

2-10-1800 Antónia Maria Preta criada de D. Maria Inácia de Oliveira… recebeu somente a extrema unção… porque perdeu a fala

24-12-1800 Tomé de Miranda… solteiro… natural de Mira se achou morto entre as fazendas de Manuel Lopes Ferreira e Romão Rodrigues

7-5-1802 António Francisco Balceiro… natural de Arazede… mora nos Brejos casado com Mariana do Espírito Santo

14-3-1803 Joaquim António Calafate… morte arrebatada no hospital desta vila                                                    


Aos onze dias do mês de Novembro de mil oitocentos e três dentro do cemitério da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem da vila da Moita se deu sepultura a Joaquina Maria mulher de António Gomes assistente nos Brejos re- cebeu todos os Sacramentos de que fiz o presente termo que assinei dia era ut supra

O Prior Joaquim José Rodrigues

Na margem: Brejos. Joaquina Maria mulher de António Gomes. Caramelos

19-2-1804 se deu sepultura a um homem, cujo nome, estado e pátria se ignora que vinha do hospital de Setúbal para o de Lisboa, conduzido para esta vila por Joaquim Calote, almocreve, que disse que a carta de guia que o acompanhava e a outros dois, ficara em poder de um deles, que disse ficara ao pé de uma das ortas por não poder vir nem querer, e teria de idade segundo mostrava o seu semblante vinte e dois anos



Aos vinte e sete dias do mês de Março (1804) se deu à sepultura na praia de Nossa Senhora do Rosário um homem que o mar arrojou na mesma e foi achado, que se julgou ser marinheiro de nação estranha pelos fatos, que por estar já muito corrupto… foi na mesma praia sepultado cujo nome estado e pátria se ignora

29-3-1804 uma menina recém nascida filha de Manuel Rodrigues chamado o Calhau

7-4-1804 António Jorge Caramelo assistente à anos nesta freguesia e convizinhas caramelo casado que se diz ser com Maria Domingues assistente na sua pátria

23-4-1804 se sepultou uma inocente chamada Rosa filha de Manuel da Cruz e Joaquina caramelos, assistentes nesta freguesia

26-5-1804 foi sepultado José Pinto casado que era com Joana Ribeira Caramelos

3-6-1804 António Moreira o Mexilhoca

13-7-1804 se sepultou uma espúria, Parda chamada Mariana que estava criando Joaquina Rosa mulher de José da Costa Barra Barrinha

24-7-1804 António Gomes Castelhaninho… de Espanha ou Galiza

24-10-1804 se deu sepultura dentro desta igreja a Teodósio Francisco, solteiro, caramelo recebeu todos os Sacramentos e não fez testamento

30-10-1804 se deu sepultura a Manuel Machoqueiro Caramelo, solteiro

31-10-1804 se deu sepultura a Joaquina Rosa mulher de António Balceiro Caramelo

1-11-1804 Francisco do Outeiro… homem avulso

30-12-1804 Joaquina Teresa a Freira… viúva

30-12-1804 um homem que se achou morto no forno do Pesso

2-1-1805 Marcelina Rosa… que dizem ser de Cantanhede… solteira

20-1-1805 um irmão… que se achou morto na casa dos pobres

01-02-1905 João Proença… natural de Proença

12-2-1805 Perpétua Maria… viúva de Manuel de Almeida o Ruivo

12-7-1805 Manuel Francisco, que pelas cartas de guia dizia ser da vila de Caminha da idade de 60 anos, o qual se achou morto na casa dos pobres e com as pernas ambas doentes, de cabelo e barba russa

18-7-1805 José dos Santos Delgadinho

20-9-1805 se deu sepultura à mulher de José Jorge dos Brejos

22-9-1805 se deu sepultura à mulher de Manuel Patronilho na margem; Maximiana

7-12-1805 Francisco Balim

10-12-1805 um anjinho filho de Francisco dos Santos Calado

13-12-1805 Rosa, mulher de Francisco dos Santos Calado

12-2-1806 Rosa Barritier viúva de Baltazar Barritier

29-9-1806 Rosa mulher de Joaquim José da Silva Lagartixa

29-9-1806 Francisco o Gago casado com Laura

21-10-1806 Joaquina Inácia viúva do Canhoto

26-10-1806 um anginho filho deFrancisco José Sustancia

3-11-1806 um filho de Joaquim Preira Marão

28-12-1806 um anginho filho de Matias Trabalhador

7-1-1807 Floro o Algarvio

1-6-1807 Maria Algarvia mulher de Claudio José

5-7-1807 um anginho filho de António o Carranquinha

19-12-1807 Manuel Esteves Forneiro

3-1-1808 Francisco José o Carpinteirinho

31-1-1808 Manuel Lopes Ferreiro

10-3-1808 Ana Teresa a Cassoa

19-3-1808 um anginho filho de Valentim José Emaus

5-5-1808 Maria Jacinta mulher de Joaquim José Marram

28-8-1808 José da Costa Marítimo

2-9-1808 Manuel da Silva Moleiro

7-11-1808 não se soube o nome

15-1-1809 Bernardo Caramelo

2-5-1809 Francisca filha de Francisco Cota

14-5-1809 um anginho filho de Manuel Martins Desgarrada

14-11-1809 um anginho filho de Manuel Gomes Ratinho

24-11-1809 Maria Pepe Espanhola mulher de José Pepe

23-12-1809 José da Silva o Ramelas

25-12-1809 se enterrou (espaço em Branco) o Arrepia

20-5-1810 um caramelo chamado José Feio

22-11-1810 António José Casado

20-4-1811 Doroteia mãe de João Soeiro Branquinho

18-5-1811 Maria Rosa a Mulata

27-6-1811 Manuel da Costa irmão do Corista

22-7-1811 João Libanio Castelhano

12-8-1811 se deu sepultura à mulher de José Caetano

13-11-1811 José de Jesus Russiano

1-10-1811 Manuel dos Santos Buxas

30-10-1811 José Rodrigues Santa Marta

17-11-1811 Felizarda Teresa a Rodeira

20-11-1811 José António Manica

3-12-1811 Caetano Ilhéu

11-6-1812 um caramelo que morreu em casa do Pascoal

14-7-1812 um caramelo, e ter olvidado do enterro Manuel Margarido e morreu em casa onde morou António Ribeiro

20-8-1812 Inácia Teresa mulher de Joaquim da Costa Papa Bolos

9-10-1812 Manuel da Cunha, solteiro, que morreu na Fábrica

13-11-1812 um caramelo que morreu nos Brejos que não se sabe o nome

28-2-1813 Um caramelo que morreu na vinha do Matias

18-3-1813 Joana Inácia mulher de António José Cigano

8-4-1813 Joaquim que morreu na fazenda de Lourenço Maria Libério na margem; Joaquim Caramelo

14-08-1913 uma mulher chamada Cainé na margem; Cainé Caramela

21-8-1813 António Bagante

18-10-1813 Manuel Pereira Lasca

29-10 1813 um exposto

22-2-1814 Manuel da vila de Palmela que se achou morto no cais

7-5-1814 Matilde filha do capitão Veríssimo Ferreira Chaves

20-6-1814 Sebastião que morreu afogado na caldeira do moinho

6-7-1814 Luís filho de Francisco Roquete

1-9-1814 José de Paula Santinho

28-10-1814 José Ferreira Martins que dizem ser casado em Lisboa e morreu afogado vindo de Lisboa, no Montijo

22-12-1814 João dos Santos Fatia

30-4-1815 Maria dos Santos mulher de Joaquim Cantante

12-7-1815 João de Miranda Manço

31-7-1815 Clara Maria a Castanheida

1-8-1815 Manuel Marinheiro natural de Quiaios

10-9-1815 Ana Mulata viúva de Crispim António

26-11-1815 Manuel Rodrigues de alcunha o Cazequinha

27-11-1815 Rita a Preta

26-12-1815 um caramelo que veio de Coina para o hospital que teria quinze anos pouco mais ou menos e morreu de repente chamado Manuel do lugar da Achada freguesia da Tocha filho de Manuel da Silva Galito e de Estefanilha Ribeira

2-7-1816 João filho de António Francisco Manique

9-9-1816 Manuel Rodrigues, natural de Arazede filho de Manuel Rodrigues e de Ana Faquinha

25-9-1816 Manuel dos Santos Delgadinho, natural de Mira

8-10-1816 José de Almeida Fraqueira

9-12-1816 José Francisco Trabalhador,o qual se achou afogado na fazenda de Manuel José de Araújo

21 12-1816 dois gémeos, filhos de José Joaquim de apelido o Abra

21-1-1817 Raimundo Jorge marido de Maria Perguissa

14-12-1817 José Bruno, recebeu os sacramentos administrados por Frei António de Santa Bárbara Negrão, que servia na minha ausência por ter ido baptizar ao Rosário

18-4-1817 José Ribeiro, casado, assistente nos Brejos, sepultado em cova da fábrica, morreu de moléstia de deitar sangue pela boca

7-5-1817 José Rodrigues Casa Branca

29-5-1817 Severino José de Almeida… o qual foi achado morto na praia do Montijo junto ao Rosário, por desgraça que lhe aconteceu no rio

7-8-1817 Manuel Victor por alcunha o Cadete

15-8-1817 Manuel Camarinho, solteiro, assistente na fazenda do Palharão fazenda de Bento de Araújo. Natural de Cadima. E diz quem o assistiu que se perturbou logo do juízo com a febre que lhe deu

10-9-1817 Luís Gonzaga Pena Guião

17-9-1817 João, menor, filho de António Duque, da Broega, monte desta freguesia

20-9-1817 António Martins Vendedeiro ou Vendeiro de apelido o qual morreu de repente de um tiro que lhe deram nos Brejos

2-12-1817 José Gonçalves Sardo

18-7-1818 Joaquim de Bastos… morreu afogado no Rosário

7-8-1818 José filho de um espanhol chamado Mariano Almirraz

9-8-1818 Felis Polido

21-10-1818 Maria Teresa viúva de João Bixiga

30-11-1818 um caramelo chamado João da Cunha

20-12-1818 João Papada

15-1-1819 Francisco do Rosário o Algarvio

16-7-1818 José Gomes Marateca, de Sarilhos

22-7-1818 Joaquim Simões o Ferrinho

8-8-1818 uma caramela chamada Maria de Miranda ou Maria Páscoa mulher de Inácio Francisco

9-9-1818 José António casado com Maria Marques, natural de Castelo de Vide

1-11-1818 José Nunes o Balrravento

19-1-1820 um pobre chamado João Dias catorizo ou amolador. Era espanhol

2-11-1820 Bento Rôlo… casado com Ana Ribeiro… moradores nos Brejos naturais de Mira. na margem; Bento Domingos Gomes

3-11-1820 Mariana Rita, casada que foi a primeira vez com Francisco Mendes, a segunda com Francisco Claro, a terceira com Manuel Francisco

7-4-1821 Manuel Gomes Caramelo, solteiro… natural de Mira filho de João Gomes e de Maria de Miranda

16-5-1821 Josefa, mulher de Domingos Ratinho… natural de Mira

6-7-1821 António dos Santos casado com Maria Domingues… naturais de Mira

24-7-1821 Manuel Domingues casado com Maria Domingues… naturais de Mira

31-7-1821 José Maria… mestre de escola

2-8-1821 uma exposta que estava criando de leite Alexandrina Rosa mulher de estado livre na margem; Gertrudes. Exposta. Menor.

30-8-1821 Susana Jorge, mulher de José da Costa… natural de Quiaios

21-9-1821 António do Rosário Minhoto

22-9-1821 Ana, solteira, do Bispado do Porto… não fez testamento, não era aqui freguesa e não declarou a sua naturalidade

16-10-1821 Miguel Francisco, viúvo de Maria Domingues, natural de Mira foi atacado de repente de uma perniciosa e assistia distante desta vila mais de um quarto de légua

8-12-1821 Domingos Preguiça, solteiro, filho de José Domingues Carvalheira e de Rosa Maria, todos naturais de Cadima… foi atacado de uma dor tão forte que nos primeiros remédios caseiros que lhe fizerão, espirou não podia ser socorrido com os sacramentos por assistia distante desta vila meia légua

20-2-1822 José António Pereira Machado, residente nesta vila à mais de vinte anos conforme as mais correctas informações que tirei de pessoas fidedignas, não constava ser casado assim como donde é natural; não recebeu sacramento algum porque foi achado morto em sua casa, as portas fechadas, não tendo pessoa alguma em sua companhia, tinha uma loja de bebidas, e mais bens de que a justiça tomou conta, e pôs em depósito... fazendo-lhe o seu funeral com o maior cómodo

24-2-1822 António de Almeida, natural do lugar do Colmial… Mira… casado com Rosária Jorge, do mesmo Bispado de Aveiro

18-4-1822 Alexandre, menor, filho de Manuel da Cunha Caramelo e de Maria Rosa

5-8-1822 Manuel Vieira, viúvo, do ofício de serralheiro, natural da freguesia do Espírito Santo da cidade de Aveiro; morreu afogado e não recebeu sacramento algum nem fez testamento

29-8-1822 José Jorge casado com Maria da Silva… natural da freguesia de S. Mamede no lugar de Quiaios

10-9-1822 um menino filho de Manuel Joaquim Caramelo e de Ana dos Santos

19-9-1822 Maria Teixeira casada com Joaquim Marques… natural de Togeiro. Arazede

28-9-1822 Maria Rodrigues viúva de ………….. , natural de S. Mamede Nova Bispado de Aveiro… mãe de Francisco Forte… assistentes em Sarilhos

23-10-1822 Ana, solteira da Aldeia de Paio Pires… criada de Manuel Rego declaro que anoiteceu, e se foi deitar com saúde perfeita, e quando se achou em estado de morte era mais de uma hora depois da meia noite

27-1-1823 Bernardo Franciso, solteiro.. Morreu de uma estocada que lhe deram

12-6-1823 Joaquim dos Santos Esgueira, marido de Marta Maria

30-7-1823 Francisco de Moraes Caramelo, filho de Caetano Moraes e de Maria Cardosa… morte quase repentina por lhe rebentar uma portema

26-8-1823 José Maçarico casado com Ana Milheróa, moradora na Broega naturais de Mira.

8-9-1823 Manuel Gomes casado com Joaquina da Cruz, natural de Mira moradoes nos Brejos

21-9-1823 Maria da Cruz casada com Joaquim Marques natural de Arazede moradoes nos Brejos

1-10-1823 Teresa, solteira, a qual não era deste patriarcado, nem se pode saber de onde era, e faleceu em casa de João Marques da quinta do Mocho do lugar de Sarilhos

2-10-1824 Maria filha menor de José Francisco Caramelo e de Teresa Rosa

18-1-1825 Manuel filho de Manuel Joaquim Caramelo e de Ana dos Santos moradores nos limites desta vila

8-6-1825 João Tomás Rodrigues, preto, natural do Rio de Janeiro

31-2-1826 Custódio de Carvalho, solteiro… amanheceu morto na estalagem de Inácio Joaquim da Silva

18-2-1827 Manuel Francisco, solteiro, caramelo, morador nesta freguesia

3-5-1827 Maria Ribeira, casada com Manuel Cantante, moradores no Penteado determinou à hora de sua morte, vocalmente, se lhe dizer, moeda e meia de missas, e deixou mais de dez mil reis a cada um dos seus filhos

29-5-1827 Manuel de Pina, solteiro, morador nos Brejos… não recebeu sacramento algum por ser morto à força de uma paulada da qual logo faleceu

12-7-1827 Maurício José da Silva… faleceu naufragado nas praias de Sarilhos cuja morte foi justificada por sumário de testemunhas a que se procedeu … cuja justificação se julgou por sentença

2-2-1828 Maria Jorge casada com António da Costa, moradores nos Foros desta Vila não recebeu sacramentos por ser uma morte não esperada nem ser mandada preparar pelo Facultativo

10-3-1829 Francisco Ribeiro casado com Maria Seixas, moradores nesta freguesia na margem; Francisco Ribeiro Caramelo

4-5-1829 António da Costa Carvalho viúvo de Maria Jorge morador nos Foros do Capitão Mor desta freguesia… não recebeu sacramentos algum por ser morto de duas facadas, que logo lhe cortaram os dia de vida

21-11-1829 Ana Gomes casada com Joaquim Maduro, moradores nos Brejos de Água Doce desta freguesia…morreu repentinamente sem se suspeitar semelhante morte

23-11-1829 Joaquim José de Miranda Rebolo casado com Joana Maria Batista Torinete moradores na sua quinta do Esteiro Furado

21-2-1830 Ana Maria viúva de João dos Santos, moradores nos Brjos de Água Doce morreu inopinadamente sem se esperar tal morte

7-3-1830 na praia do Rosarinho do Montijo desta freguesia, ao pé dos fornos aí mesmo foi sepultado um homem morto e já podre que naufragou, e o mesmo mar deitou àquele sítio cujo era de estatura ordinária, e vestidos grossos, e pobres, ao cujo se fez corpo de delito

9-3-1830 um anginho chamado Gertrudes filha de José Teixeira Caramelo e de Joaquina do Rosário, solteiros, moradores nesta vila

17-8-1830 José da Patronilha casado com Maria Joana… moradores nesta vila recebeu a extrema Unção por ser logo acometido de um delírio que o acompanhou até à morte

8-9-1830 Lourenço filho de Feliciano José Alves e de Ana Joaquina do Carmo moradores em Lisboa, o qual faleceu nesta vila na ocasião da Feira na qual os ditos pais vieram por barraca de bebidas

8-9-1830 Amaro Pascoal filho de João Pascoal e de Rosa Maria. Caramelos moradores nos Brejos de Água Doce termo desta freguesia

16-9-1830 Manuel João, solteiro, caseiro de Maria Eugénia, morador nesta vila era Caramelo… recebeu a extrema Unção por estar em contínuo delírio

27-12-1830 Tomé Caramelo chamado José Carromeu, solteiro

16-3-1831 António Pedro Cardoso, solteiro… o qual havia vindo do hospital de S. José da cidade de Lisboa havia quatro dias para onde foi com grave enfermidade… não houve ordem de facultativo algum desta vila para lhe administrar os sacramentos como é costume

10-9-1831 Senhorinha do Carmo, solteira, filha de Francisco Fernandes e de Maria Nunes… nascida no lugar de Viveiro de Covas de Barroso, comarca de Chaves… moradores no Rosarinho

15-10-1831 Joaquim Palhaço, carpinteiro de barcos, dizem ser da Aldeia de Paio Pires, o qual se achou morto em uma cabana de João Catina

9-1-1832 António de Miranda, solteiro, natural de Mira, morador em Sarilhos se achou morto havendo um pouco antes estado um tanto doente

12-2-1833 Pedro Conde, casado com Maria Alberta da Dorça, naturais da Galiza vinha do hospital de Setúbal para o de Lisboa… tendo falecido na casa da Caridade desta vila… recebeu a extrema Unção por se achar quase morto

24-3-1833 Manuel de Vilanha… caíu repentinamente morto

26-5-1833 Manuel Francisco Pitangas

30-5-1833 Maria, menor… tinha morrido com um ataque da epidemia de cólera

21-5-1833 Maria Jacinta viúva de Manuel Gomes Bexiga

12-6-1833 Maria Luísa casada com Manuel Simões, moradores nos Brejos chegou já morta vindo para o hospital desta vila

3-6-1833 um caramelo chamado José Novo, solteiro, natural de Mira

28-5-1833 José de Sousa, por alcunha o Sem Juízo

24-5-1836 Maria filha menor de João Ferreira e Custódia da Cruz… morreu afogada

19-9-1836 João Cachamão e não João das Neves como se apelidava solteiro… natural de Arazede… se achou morto

5-1-1837 Nuno, solteiro… natural de Palgueira, Cadima… se achou morto

9-9-1837 sem designação de nome filho de António Duarte Prestes e de Severina que por sobre nome Não Perca… foi supultado por caridade

26-9-1838 Alexandrino José, viúvo, morador em Alhos Vedros… apareceu morto na praia do Rosário… foi sepultado no cemitério junto daquela Capela

26-9-1838 Maria Madalena, solteira, neta de Maria Madalena Marinhenga

25-9-1841 Maria Teixeira casada com Manuel Catarrinho… moradores na Broega

27-11-1843 Maria Gertrudes casada com Manuel Caetano Duraes um menino recém nascido filho da defunta… depositado junto ao cadaver de sua mãe

10-9-1845 Manuel Manata casado com Ana Acúrcia

29-11-1847 Maria Joana casada com Domingos Carvalho, moradores em Alcácer morreu a bordo de uma falua

9-9-1848 Pedro Hespanhol, morador em Alhos Vedros… empregado em cortador de carnes… foi achado morto no sítio do Porto desta vila

2-10-1848 João, mendicante, falecido na casa do hospital desta vila

22-10-1848 Manuel, dizem ser casado, natural e morador no Lavradio andava mendicando

24-12-1848 um filho de António Fernandes Tapisso

13-4-1849 Rosária Maria casada com António Moscardos, moradores nos Brejos naturais de Curgeira. Mira.



1-8-1849 António Simões, viúvo, morador na Moita foi achado dentro de um dos poços da Quinta do Calcanhar