O brasão de Alhos Vedros

O brasão de Alhos Vedros

Com a extinção do concelho de Alhos Vedros os diversos objectos que constituíam o espólio necessário ao seu funcionamento foi integrado no concelho do Barreiro.

Só em 1926, a Junta de Freguesia de Alhos Vedros, oficia a Câmara Municipal do Barreiro, pedindo-lhe a cedência do escudo e brasão de armas, que se encontravam pedido.

Em Dezembro do ano seguinte o presidente da comissão administrativa da câmara da Moita, informa que obteve da sua congénere do Barreiro, a entrega do brasão de armas e as varas do extinto concelho de Alhos Vedros e pede que informe o vereador Sebastião Alves Dias do que à Junta se lhe oferece dizer sobre o assunto.

Assim, a Junta deliberou que não só aceita os objectos referidos como agradece a oferta. Decidiu ainda, louvar a Comissão Administrativa pelo interesse que teve e a forma como conseguiu obter os referidos objectos que à mais de setenta anos se encontravam na posse da Câmara do Barreiro. Acrescenta que já tinha feito o pedido mas a dita Câmara tinha feito a grosseria de não responder, o que contradiz a informação dada no ano anterior.

Foi em Janeiro de 1928, que compareceu Sebastião Alves Dias, que se fez acompanhar do brasão de armas desta vila, e das varas dos antigos vereadores… que foi do extinto concelho de Alhos Vedros. Nesta sessão da Junta de Freguesia foi o vereador convidado a sentar-se à direita do presidente, que expôs o fim da sua comparência. Diz que à dois meses, pouco mais ou menos, soube por informações particulares, que a Câmara Municipal do Barreiro à setenta e tal anos estava de posse do Brasão e das armas desta vila e ainda das varas dos vereadores da Câmara do extinto Concelho de Alhos Vedros, que tratou de informar-se particularmente, tanto na Moita como no Barreiro da veracidade deste facto, tendo adquirido a certeza de que assim era e na sua qualidade de vereador, filho desta terra, que ama e se preza de ser patriota. Conseguiu por proposta sua, que a Câmara da Moita obtivesse da sua congénere do Barreiro os referidos objectos, e ainda que, os mesmos fossem entregues, a esta Junta de Freguesia a quem de direito pertencem porque é a única repartição oficial, que representa a soberania desta vila. Diz que; com muita satisfação vem hoje fazer a entrega oficial dos objectos que sempre pertenceram e só a Alhos Vedros pertencem, fazendo votos para que nunca mais saírem desta vila.

O Presidente da Junta agradece, não só a entrega de tão valiosos e estóricos objectos que representam a soberania desta vila, pela eficiente acção como zeloso e activo propugnador da expansão e prestígio patriótico desta terra, que afinal também ama.

Em maio de 1930 deliberou a Junta fazer alguns melhoramentos na sala onde efectuava as suas reuniões, entre eles mandar reparar o brasão de armas, para ficar colocado na dita sala.

A inauguração da restaurada sala efectuou-se em 20.6.1930, tendo o presidente dito, relativamente ao assunto em causa, que este senhor (Sebastião Aves Dias) foi quem mais se empenhou e trabalhou para descobrir o paradeiro do Brasão, conseguindo entrega-lo a esta Junta, para que hoje tenha lugar a inauguração do mesmo.

Um ano depois a sala onde a Junta efectuava as suas sessões foi devolvida à igreja e a sede da Junta mudou de local. O brasão ficou na igreja… e lá continua.